As ex-alunas, Heloisa Reis e Amanda Strellow, fizeram uma viagem a passeio ao Chile no dia 11/03. Até aquela data estava tudo normal, como relata Heloisa: "viajamos sem nenhum problema, apenas algumas preocupações no aeroporto como alguns formulários que tivemos que assinar em relação ao coronavírus e ao chegar no aeroporto de Santiago, no Chile, mediram nossa temperatura e nos interrogaram rapidamente".
Elas aproveitavam a viagem, porém começaram a surgir algumas notícias sobre o fechamento da fronteira do Chile no dia 18/03. Essa era da data do retorno, e como ficaram preocupadas com essa possibilidade, ligaram para a companhia e foram informadas que o voo seguiria como previsto.
Por conta do caos que estavam os aeroportos, elas decidiram chegar mais cedo para o embarque. "Nosso voo estava previsto para 14h30m e chegamos no aeroporto 10h".
Quando foram fazer o check-in, foram informadas que o voo tinha sido cancelado e que foram realocadas para um às 21h45m. Chegando na conexão em Buenos Aires, Argentina, já era de madrugada, não tinha mais decolagem para o Brasil, e tiveram que dormir no aeroporto esperando um voo que sairia para o Rio de Janeiro às 10h do dia 19/03, porém esse também foi cancelado pois não havia tripulação disponível por conta da quarentena.
Muitos brasileiros estavam presos, "não tinha voo para nenhum outro lugar, ninguém entrava e ninguém saia do Aeroporto de Ezeiza - Buenos Aires".
Após cobrarem respostas das autoridades locais, conseguiram um avião saindo para São Paulo com lugares limitados. Na saída ficaram sabendo que não conseguiriam outro avião para o Rio, pois os aeroportos estavam sendo fechados. "Mas fomos mesmo assim, pois só queríamos chegar no Brasil".
Chegaram em Guarulhos às 16h do dia 19/03. Alugaram em conjunto com outros passageiros um carro para o Rio de Janeiro, chegando na madrugada do dia 20/03. Nesse período surgiram notícias que não iria sair mais ônibus do estado. "Então fomos para a rodoviária logo cedo e por sorte tinha um último ônibus que iria arriscar a cruzar a fronteira do estado para o Espírito Santo".
Chegaram no Espírito Santo às 20h do dia 20/03. Elas relatam que passaram medo de não conseguir voltar para a casa, e que o dinheiro estava acabando. "Algumas pessoas estavam passando fome nos aeroportos, pois não tinha nenhum tipo de auxílio. Sem contar que nossas famílias ficaram em um desespero".
Passado o susto da viagem, e apesar de toda a situação de quarentena que nos encontramos, elas conseguiram chegar bem e retornar as suas vidas normais. E guardam uma história pra contar no futuro sobre as dificuldades desse período.
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